sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Conflito Dramático


O Teatro é um conflito. O elemento básico, essencial a ação dramática, na qual se desenvolve em função da oposição e luta entre diferentes forças. Ator e personagem se estranham, mas, ao mesmo tempo se encontram, se completam. O conflito é determinante. Ele aponta a direção, estabelece o diálogo e permite que a ação teatral ocorra até atingir o clímax.
Há que se afirmar que o “conflito dramático é a marca da ação e das forças opostas do drama”, acentua Olga Reverbel. E acrescenta: “Há conflito toda vez que duas ou várias personagens tem atitudes, ideias ou visão do mundo opostas: amor/ódio, opressor/oprimido etc”.
Segundo Patrice Pavis, de acordo com a teoria clássica do teatro dramático, a finalidade do teatro consiste na apresentação das ações humanas, em acompanhar a evolução de uma crise, a emergênciae a resolução de conflitos. O conflito tornou-se a marca registrada do teatro. Entretanto, isto só se justifica para uma dramaturgia da ação (ação fechada). Outras formas (a épica,por exemplo) ou outros teatros (asiáticos) não se caracterizam pela presença nem do conflito, nem da ação.
Há conflito – acrescenta Pavis – quando um sujeito (qualquer que seja sua natureza exata), ao perseguir certo objeto (amor, poder, ideal) é “enfrentado” em sua empreitada por outro sujeito (uma personagem, um obstáculo psicológico ou moral). Esta oposição se traduz então por um combate individual ou “filosófico”; sua saída pode ser cômica e reconciliadora, ou trágica, quando nenhuma das partes presentes pode ceder sem se desconsiderar.
Hegel relata que “a ação dramática não se limita à realização calma e simples de um fim determinado; ao contrário, ela se desenrola num ambiente feito de conflitos e colisões e é alvo de circunstâncias, paixões, caracteres que a ela se contrapõem ou se opõem. Tais conflitos e colisões geram, por sua vez, ações e reações que tornam, em dado momento, necessário seu apaziguamento”.
Na maioria das vezes, o conflito é contido e é mostrado ao longo da ação, constituindo-se em seu ponto alto (o clímax). Mas o conflito pode ter sido produzido antes do início da peça: a ação é apenas a demonstração analítica do passado. Se a personagem espera o momento final da peça para conhecer o segredo da ação – alerta Pavis, o espectador conhece de antemão a saída para ela.

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