sexta-feira, 20 de maio de 2011

CULTURA SÓ SE RESOLVE COLETIVAMENTE

Pawlo Cidade

“Cultura só se resolve coletivamente”. Ao ouvir esta frase do Professor e Acadêmico Ruy Póvoas - parte da fala inspiradora que ele chamou de “Reflexão”, na manhã da última quinta-feira, na sede da AMURC, em Itabuna, na abertura da reunião que elegeu a nova diretoria do FAEGSUL - Fórum de Agentes, Empreendedores e Gestores Culturais do Litoral Sul, duas coisas me chamaram a atenção.


A primeira foi à propriedade com que o Professor se debruçou sobre um conceito de cultura que venho perseguindo desde que entendo de Política Pública de Cultura; a segunda a de que a Cultura só se resolve pela educação. Sobre esta última entrarei em detalhes numa outra oportunidade. Mas, sobre a busca do coletivo para resolver o individual é uma questão que também pode partir do Estado.

O Estado deve ser capaz de engendrar um plano que permita o diálogo entre todos os segmentos artístico-culturais, a comunidade e o próprio Estado. E isso só é possível a partir do momento em que ele – o Estado - fomentar a criação de redes coletivas e colaborativas, saindo do papel viciado de produtor e passando a ser o instrumento que irá possibilitar a difusão, o acesso, a sustentabilidade da arte. O coletivo é capaz de permitir a produção do comum, de forma que possamos nos apropriar da coisa pública e não da privada. Ela abre o leque para a troca de experiências, estratégias e metas de resistência e autonomia com outros envolvidos. Faz com que possamos enfrentar o mercado, sem se preocupar com a livre concorrência, com as indústrias culturais, valorizando a criação. Com o estímulo a criação de redes colaborativas o Estado cria oportunidades dos grupos formarem alianças e fortalecer as práticas artísticas.

Por outro lado, por sermos tão múltiplos, parece-nos improvável, que possamos ser unos, apontando direções para a construção de uma identidade cultural brasileira. Contudo, o Estado pode viabilizar alternativas para não só apontar caminhos para a concepção de uma identidade cultural, mas também, o de satisfazer os anseios da comunidade. O traçado das políticas públicas de cultura quer sejam transversais ou não, necessitam ser elaboradas coletivamente.

A nova diretoria do FAEGSUL (Pawlo Cidade, presidente; Maria Conceição, vice-presidente; Alessandra Barreto, secretária e Eva Lima, suplente) tem a missão de construir uma rede cada vez mais colaborativa. Afinal, como disse o Professor, “estamos dentro de um avião em pleno vôo que precisa ser consertado. O avião não pode parar no ar. E aí? O que faremos?”

Um comentário:

  1. vcs não estão dentro de um avião e sim pilotando,a DIREÇãO tem que ser certa.

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