sábado, 16 de maio de 2009

O DIÁRIO DO BEIJA-FLOR


"... De repente, um zumbido forte como o motor de um helicóptero percorreu seus ouvidos. Poopi corria de um lado a outro assustado, quando dezenas, centenas e milhares de beija-flores desceram da copa do enorme jacarandá na direção dele. As pequeninas aves, de todos os tamanhos e cores, pairaram no ar, ao redor de seus pais. O bater das asas era tão forte que um grande redemoinho se formou. Johan se afastou assustado e, ao mesmo tempo, maravilhado com o espetáculo inusitado dos pássaros. Todos os beija-flores apontaram seus bicos para Ram e Sita. Alguns segundos depois, uma luz branca, incandescente, saiu de seus corpos. A pequena beija-flor-azul-do-rabo-branco que fizera o seu ninho na sala da cabana, desceu dentre as demais e pairou ante a face de Johan. Uma voz, que parecia vir dela, lhe disse:

“Não temas, porque eu sou contigo;
não te assombres, porque eu sou teu Deus;
eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento
com a destra da minha justiça”

E num piscar de olhos, Ram e Sita foram arrebatados ao céu. Poopi e os beija-flores desapareceram. Johan não conseguia ver mais nada. A luz dominou toda a floresta.

(Parte integrante do livro inédito: "O Diário do Beija-Flor")

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