Ubiratan Castro, Pawlo Cidade e Silvino Bastos discutiram o conceito de
paradidáticos, seu uso e suas consequências para a educação com a mediação de
Nildon Pitombo.
Latidos, miados, batidas de pé, apertos de mão, palmas e uma fábula de
Millôr Fernandes são a maneira de Pawlo Cidade, escritor com formação teatral,
usou para mostrar, através da interação com o público, o que é possível
produzir quando se foge do convencional. Ubiratan Castro explicou que a arte
também é uma forma de conhecimento: “nossa epistemologia deve ser baseada na
diversidade”, afirmou.
Os autores discutiram o desafio de se fazer literatura para os jovens,
que preferem ver filmes a ler livros. Para Pawlo, escrever para a juventude é
difícil porque pensamos que estamos produzindo para uma categoria, mas estamos
sendo lidos por outra. O paradidático acaba sendo um livro que o aluno tem a
obrigação de ler. “Por que indicar um livro em vez de deixar que o ele
escolha?”, questionou.
O discurso literário, assim, invade cada vez mais o discurso histórico,
tornando-se um desafio para o narrador que está amarrado na pesquisa. “A
literatura tende a ser mais universal do que a literatura, explicou o professor
Bira.
Silvino culpou a falta de histórias de ficção científica pelo que ele
chama de “apagão tecnológico”. Questionou a falta de histórias do cotidiano no
lugar das histórias fora do nosso ambiente cultural. Escritor explicou que o
paradidático pode melhorar o aprendizado das crianças de maneira real, e
mencionou um estudo em que crianças com menor desempenho escolar melhoraram 30%
após o uso do paradidático, enquanto as crianças com bom desempenho não
apresentaram melhora. Nildon completou: “Cultura não é para ser um objeto da
transversalidade na caixinha dos parâmetros curriculares”.
Falando do e-book, os autores discorreram sobre suas crenças na
continuidade do livro impresso. Pawlo enfatizou que o livro analógico não tem
baterias e não precisa “salvar antes de fechar”. Silvino lembrou que é comum
ver pessoas na praia com livros de bolso: “há espaço para todos, e por isso o
livro impresso não vai acabar”, comentou.
Os autores encerraram pedindo a todos que lessem mais, especialmente os
pais, para servirem de exemplo aos filhos.
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