sábado, 22 de outubro de 2011

Resumo da mesa “Paradidáticos e sua Importância para a Educação” - Ubiratan Castro, Pawlo Cidade e Silvino Bastos



Ubiratan Castro, Pawlo Cidade e Silvino Bastos discutiram o conceito de paradidáticos, seu uso e suas consequências para a educação com a mediação de Nildon Pitombo.

Latidos, miados, batidas de pé, apertos de mão, palmas e uma fábula de Millôr Fernandes são a maneira de Pawlo Cidade, escritor com formação teatral, usou para mostrar, através da interação com o público, o que é possível produzir quando se foge do convencional. Ubiratan Castro explicou que a arte também é uma forma de conhecimento: “nossa epistemologia deve ser baseada na diversidade”, afirmou.

Os autores discutiram o desafio de se fazer literatura para os jovens, que preferem ver filmes a ler livros. Para Pawlo, escrever para a juventude é difícil porque pensamos que estamos produzindo para uma categoria, mas estamos sendo lidos por outra. O paradidático acaba sendo um livro que o aluno tem a obrigação de ler. “Por que indicar um livro em vez de deixar que o ele escolha?”, questionou.
O discurso literário, assim, invade cada vez mais o discurso histórico, tornando-se um desafio para o narrador que está amarrado na pesquisa. “A literatura tende a ser mais universal do que a literatura, explicou o professor Bira.

Silvino culpou a falta de histórias de ficção científica pelo que ele chama de “apagão tecnológico”. Questionou a falta de histórias do cotidiano no lugar das histórias fora do nosso ambiente cultural. Escritor explicou que o paradidático pode melhorar o aprendizado das crianças de maneira real, e mencionou um estudo em que crianças com menor desempenho escolar melhoraram 30% após o uso do paradidático, enquanto as crianças com bom desempenho não apresentaram melhora. Nildon completou: “Cultura não é para ser um objeto da transversalidade na caixinha dos parâmetros curriculares”.

Falando do e-book, os autores discorreram sobre suas crenças na continuidade do livro impresso. Pawlo enfatizou que o livro analógico não tem baterias e não precisa “salvar antes de fechar”. Silvino lembrou que é comum ver pessoas na praia com livros de bolso: “há espaço para todos, e por isso o livro impresso não vai acabar”, comentou.

Os autores encerraram pedindo a todos que lessem mais, especialmente os pais, para servirem de exemplo aos filhos.



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