“Um verbo é uma palavra que indica acontecimentos representados no tempo, como uma ação, um estado, um processo ou um fenômeno. Os verbos flexionam-se em número, pessoa, modo, tempo, aspecto e voz. As orações e os períodos desenvolvem-se em torno de um verbo”. Até aí nada de novo. Quem fez o ensino regular aprendeu isso no quarto ou quinto ano. Este conceito você também acha no google. O problema está no uso correto do verbo. Eu disse está e não estar! Entende? Diante disso, meu ponto de vista de hoje é uma sugestão do meu amigo Bregueche. Para isso, como não sou professor de português, nem de literatura, precisei ir na gramática para trazer até vocês o uso inadequado dos verbos estar e haver.
Muita gente se propõe a criar blogs, sites, páginas no facebook e maltratam de tal forma o verbo, as concordâncias verbais e o significado das palavras que chega doem os ouvidos. Doe ou doem? Deve ser doem mesmo porque está concordando com os ouvidos. Pois bem, o verbo estar, por exemplo, classificado como um verbo irregular, ocorrem alterações no radical e nas terminações. Exemplo: eles estão, que ele esteja, se eu estivesse.
No dia a dia a gente tira a sílaba inicial do verbo estar e diz “tá” em vez de estar, tivesse em vez de estivesse, tivemos em vez de estivemos criando, muitas vezes, confusão com o verbo ter. Essa “comida” ou exclusão de sílaba, embora aceitável em linguagem oral, não pode ocorrer em linguagem escrita. Mas ocorre de bocado nos blogs diários de notícias e até mesmo na imprensa oficial.
E o verbo haver? Também sofre quando é trocado. Como o h é uma consoante muda, algumas formas verbais de haver são parônimas. Deixa-me explicar: os parônimos são palavras de sentido diferente e forma semelhante, que provocam, com alguma frequência, confusão. Essas palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados diferentes. Os parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma de formas verbais de outros verbos, como houve – com h - e ouve – sem h, haja – com h - e aja – sem h.
Exemplo: “Houve uma confusão danada na frente da Câmara”. O houve desta frase é com h, porque refere-se ao tempo e está no sentido de existir. Agora, se você diz: “Eu ouvi a confusão toda da praça”, quis dizer que você escutou e não que viu. Entendeu?
Vale salientar que o verbo haver não sofre flexão. Ou seja, você não diz “Haverão mudanças” e sim “Haverá mudanças”. Haver, no sentido de ocorrer ou existir é impessoal. Isso quer dizer que ele permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito. Entendeu, sujeito?
Publicado originalmente no site O tabuleiro, em 04/07/2019.